Qual a diferença entre software livre e software open source?

software livre e software open source

Oi gente, tudo bem com vocês?

No universo da tecnologia, duas ideologias distintas têm moldado o desenvolvimento de software: o software livre e o software de código aberto. Embora frequentemente utilizados como sinônimos, esses conceitos diferem em suas abordagens fundamentais em relação à liberdade do usuário e ao acesso ao código-fonte. Vamos explorar em detalhes as definições, princípios e implicações desses dois modelos de desenvolvimento de software.

 

Software Livre: Uma Questão de Liberdade

O movimento do software livre foi iniciado por Richard Stallman no início da década de 1980, com a fundação da Free Software Foundation (FSF). A definição de software livre, conforme estabelecida pela FSF, baseia-se em quatro liberdades essenciais para os usuários:

  1. Liberdade de Execução: Os usuários têm o direito de executar o programa para qualquer propósito.
  2. Liberdade de Estudo e Adaptação: Os usuários podem estudar como o programa funciona e adaptá-lo às suas necessidades, o que requer acesso ao código-fonte.
  3. Liberdade de Redistribuição: Os usuários podem distribuir cópias do programa para ajudar ao próximo.
  4. Liberdade de Distribuição de Versões Modificadas: Os usuários têm permissão para distribuir versões modificadas do programa, possibilitando que a comunidade se beneficie dessas alterações.

A ênfase do software livre está na liberdade do usuário e na promoção da justiça social. O GNU/Linux é um exemplo proeminente de software livre, distribuído sob a GPL (General Public License) e mantido por uma comunidade global de desenvolvedores comprometidos com os princípios do software livre.

 

Software de Código Aberto: Uma Abordagem Pragmática

Em contrapartida, o conceito de código aberto surgiu no final da década de 1990 como uma tentativa de reposicionar o software livre em um contexto mais acessível para empresas e desenvolvedores comerciais. A definição de código aberto, elaborada pela Open Source Initiative (OSI), destaca os critérios práticos para que um programa seja considerado de código aberto:

  1. Distribuição Livre: A licença não deve restringir a venda ou distribuição do programa, seja como um componente independente ou integrado a outros softwares.
  2. Acesso ao Código-Fonte: O programa deve incluir seu código-fonte e permitir sua distribuição, mesmo que de forma compilada.
  3. Permissão para Trabalhos Derivados: A licença deve permitir modificações e trabalhos derivados, distribuídos sob os mesmos termos da licença original.
  4. Integridade do Código-Fonte Original: Restrições à distribuição de modificações podem ser impostas desde que seja permitido o fornecimento de patches ou atualizações junto ao código-fonte original.
  5. Não Discriminação: A licença não pode discriminar pessoas ou grupos, nem restringir o uso do programa em determinados contextos ou áreas de atuação.

O Mozilla Firefox é um exemplo emblemático de software de código aberto, desenvolvido e mantido por uma comunidade global de colaboradores e distribuído sob uma variedade de licenças, incluindo a MPL (Mozilla Public License).

 

Principais Diferenças e Similaridades

Embora compartilhem objetivos semelhantes de promover a transparência e a colaboração no desenvolvimento de software, há diferenças significativas entre o software livre e o software de código aberto:

  • Filosofia vs. Pragmatismo: O software livre é fundamentado em princípios éticos e na defesa das liberdades do usuário, enquanto o código aberto enfatiza uma abordagem mais pragmática, destacando os benefícios práticos do acesso ao código-fonte.
  • Licenciamento: O software livre é distribuído sob licenças que garantem as liberdades do usuário, como a GPL, enquanto o código aberto pode ser licenciado sob uma variedade de licenças, algumas das quais podem não garantir todas as liberdades do usuário.
  • Comunidade e Governança: Ambos dependem da colaboração da comunidade, mas a governança e a estrutura podem variar entre projetos de software livre e de código aberto.
  • Objetivos e Público-Alvo: O software livre busca promover a liberdade do usuário e a justiça social, enquanto o código aberto está mais focado na eficiência do desenvolvimento colaborativo.

 

Conclusão

O software livre e o software de código aberto desempenham papéis importantes no ecossistema de software, oferecendo alternativas viáveis e sustentáveis ao desenvolvimento proprietário de software. A escolha entre eles muitas vezes depende das necessidades específicas do usuário, das preferências filosóficas e dos objetivos do projeto de software em questão. No entanto, ambos os modelos compartilham o objetivo comum de promover a transparência, a liberdade do usuário e a colaboração aberta no desenvolvimento de software.

Em resumo, podemos dizer que o termo “código aberto” foi definido pela Open Source Initiative (OSI) a partir das Diretrizes para Software Livre da Debian (DFSG), destacando a distribuição livre do software, o acesso ao código-fonte, a permissão para modificações e trabalhos derivados, a integridade do código-fonte original e a não discriminação contra pessoas ou grupos. Em contraste, o conceito de “software livre”, promovido por Richard Stallman e adotado pela Free Software Foundation (FSF), enfatiza as quatro liberdades essenciais para os usuários: executar o programa, estudar e adaptá-lo, redistribuir cópias e distribuir versões modificadas. Enquanto o código aberto se concentra na acessibilidade prática do código-fonte, o software livre baseia-se na ética da liberdade do usuário e da colaboração aberta.

 

Beleza pessoal? Espero que possa ajudar.

 

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Um abraço e até o próximo post. Valeu!

  • Publicado por Giovani Da Cruz
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  • 0 comentarios
  • 1 de abril de 2024

 

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